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sexta-feira, dezembro 26, 2025

A Natureza da Filosofia Vista de Fora, Ciência, Arte e Religião

 



A Natureza da Filosofia Vista de Fora Entre Ciência, Arte e Religião

A filosofia, desde seus primórdios, tem se colocado como uma disciplina que busca compreender o universo e o lugar do ser humano nele. No entanto, ao longo da história, ela foi se transformando: deixou de pretender alcançar verdades objetivas e consensuais, como as ciências aspiram, e passou a se reconhecer como um campo de investigação aberto, plural e interpretativo. Para compreender sua natureza, é útil observá-la de fora, em relação com três grandes domínios da experiência humana: a ciência, a arte e a religião.

Filosofia e Ciência

 Ciência busca explicações objetivas, verificáveis e consensuais.
 Filosofia, por sua vez, não se limita ao método experimental, mas questiona os fundamentos da própria ciência: o que é verdade, o que é conhecimento, o que significa explicar.
 Enquanto a ciência se concentra em fenômenos observáveis, a filosofia interroga os pressupostos que tornam a observação possível.
 Assim, a filosofia funciona como um horizonte crítico, capaz de problematizar os limites e as pretensões da ciência.

Filosofia e Arte

 Arte expressa metáforas, símbolos e emoções, oferecendo visões múltiplas e subjetivas do mundo.
 A filosofia se aproxima da arte quando recorre à metáfora, à imaginação e à linguagem criativa para pensar o ser e o sentido.
 Platão, por exemplo, utilizava mitos e alegorias (como o mito da caverna) para transmitir ideias filosóficas.
 Nesse ponto, a filosofia não busca consenso, mas abertura interpretativa, permitindo que o pensamento se expanda além da lógica estrita.

Filosofia e Religião

 Religião oferece respostas transcendentes, baseadas na fé e em verdades reveladas.
 A filosofia dialoga com a religião ao questionar o sentido da existência, da moral e da transcendência.
 Contudo, ao contrário da religião, a filosofia não se ancora em dogmas, mas em argumentos racionais e na crítica.
 Essa relação revela tanto proximidade (na busca por sentido) quanto distância (na recusa de verdades absolutas).

A Ambição Filosófica

Apesar de ter abandonado a pretensão de alcançar verdades objetivas, a filosofia mantém sua ambição: explicar o universo e o lugar do homem nele. Essa ambição não é científica, artística ou religiosa em si, mas uma síntese que se alimenta das três dimensões:
 Da ciência, herda o rigor e a busca pela clareza.
 Da arte, absorve a metáfora e a imaginação.
 Da religião, conserva a inquietação pelo sentido último da existência.

Platão e o Triângulo Filosófico

Platão pode ser visto como uma figura paradigmática que se encontra no centro do triângulo formado por ciência, arte e religião:
 Abrangência: sua filosofia busca explicar a totalidade do real.
 Metáfora: utiliza mitos e alegorias para transmitir ideias.
 Objetividade epistêmica: propõe uma teoria das formas que aspira à verdade universal.
Esse equilíbrio torna Platão um exemplo de como a filosofia pode integrar dimensões diversas sem se reduzir a nenhuma delas.


A filosofia, vista de fora, revela-se como uma disciplina que não se encaixa plenamente em nenhum dos domínios humanos — ciência, arte ou religião — mas que dialoga com todos eles. Sua força está justamente nessa posição intermediária: não pretende verdades objetivas, mas também não se contenta com metáforas soltas ou dogmas inquestionáveis. É nesse espaço de tensão e equilíbrio que a filosofia continua a ser relevante, mantendo viva a ambição de compreender o universo e o lugar do homem nele.

domingo, dezembro 24, 2017

Do pensamento filosófico a Inversão da Horinzontalidade

                                                         

Bonjour, Ça va bien?
E então o começo, e Deus disse: " faça-se a luz" e aqui I dreamed a dream ( Eu sonhei um sonho) tudo poderia ser diferente. Essa história pelo que sabemos por Yuval Noah Harari tem 13,5 bilhões de anos,  surge então a matéria e a energia, o começo da física, aparecem átomos e moléculas. Mas o surgimento dos organismos, só 10 bilhões de anos depois, e o gênero Homo então mais tarde com apenas 2,5 milhões de anos. A 500 mil anos aparecem os neandertais na Europa e depois a 200 mil anos surge o Homo sapiens na Africa. Os Sapiens exterminam a mega fauna Australiana e a Americana, sem falar que exterminaram também com os neandertais. Então quando se fala em evolução Espiritual, fico a imaginar onde foram parar os neandertais que se multiplicaram nesse planeta 300 mil anos antes do que os Sapiens, que coabitaram com eles e que tiveram filhos também com eles. Mas o mais relevante nesse resumo é que o Homem, era nômade e livre e depois da revolução cognitiva então surge a próxima, a revolução agrícola, e essa acaba com a liberdade do Sapien, que tem que cuidar das plantações, das pestes, da irrigação e se torna assim em nome da sociedade e da vida em comunidade escravo de si mesmo e da terra. Foi-se a liberdade de andar e habitar onde queria, caçar e pescar, viver com e pela natureza, Esse foi o preço da evolução.  E com a evolução das comunidades surgiram as religiões, o paganismo que vem de pagus, era a pequena propriedade, aquele pequeno campo em que cada pagus tinha algo de sagrado, o pagus era protegido pelo espirito do ancestral da família, que era enterrado ao lado da casa e tornava a terra sagrada. não existia cemitérios. O culto aos mortos era praticado, havia uma intima relação entre a vida e a morte. Se no paganismo a morte ocupava todo esse espaço, com o cristianismo é a vida que ocupa esse lugar. No paganismo existia o direito de morrer, como existia na antiga Roma, os doentes e desesperançados podiam por fim a própria vida, ali a eutanásia ganhava outras cores, era uma pratica aceita, se reconhecia ao ser o direito que ele tinha de morrer, hoje os aparelhos hospitalares mantém uma vida vegetativa por tempo indeterminado, ou determinada pela conta bancaria do doente e da família. Voltando ao cristianismo, com este é introduzida a ideia da sacralidade da vida, a vida é considerada  um dom de Deus, que deve ser preservado, então mudou o polo, a ideia  passa a ser a vida, a morte é indesejada e não mais sagrada. è o sepulcro vazio, a ausência do morto, a páscoa que passa a ser privilegiada, a religião cristã então vai celebrar a vida e dizer: " Deixai os mortos enterrar seus mortos" O que chamamos de morte é apenas uma passagem para a verdadeira  vida, esqueçamos pois a morte e vivamos a preparação para a vida espiritual. O que não entendi, se é que se tem esse direito adquirido pela cultura empírica, é a inversão de valores atuais. A Pascoa no lugar do natal, ontem mesmo na ante véspera de natal passava na tv aberta a paixão de Cristo, oras, não era da sexta feira santa essa programação? porque mostrar tanto sofrimento no dia em que foi registrado como o nascimento e a caminhada do Espírito que veio para se tornar o cristo? Um dia que em síntese deveria ser de felicidade para a parte do planeta que acredita nessa tradição e informada como sofrimento e tristeza pela mídia medíocre desse pais. È o nascimento transformado em morte, então aqui, novamente vamos buscar o " deixai os mortos enterrar seus mortos" pois  a vida é caminho, é busca, é esperança e renovação. O natal é a chegada do menino, mas ponto de partida, o inicio da preparação para uma vida buscando o caminho mostrado pelo pai já anteriormente a aqueles que precederam a Jesus. È um novo recomeço com novas perspectivas mas com mesmo objetivo. com um verdadeiro propósito.  A filosofia, a ciência e a religião, são os guias infatigáveis nessa caminhada, a episteme, o conhecimento verdadeiro em oposição a opinião infundada ou irrefletida nos mostra que o conhecimento habita a consciência. Logo, o objetivo é um só, reduzir o pensamento horizontal dos acontecimentos ( pensamento raso) á verticalidade do conhecimento. Que neste natal, neste novo recomeço a espiritualidade maior esteja com sua luz em todos os corações do planeta, semeando a paz e o amor, na caminhada para o infinito.   
                                                                             



domingo, novembro 19, 2017

Amor, Guerra de Todos Nós


Amor, Guerra de Todos Nós
Que diferença há entre a esperança e o amor? Em ambos os casos, há desejo. Mas a esperança é um desejo que se refere ao irreal; o amor, um desejo que se refere ao real. Poder-se-ia objetar que, quando a criança espera seu brinquedo, este é bem real... Sim, na loja, atrás da vitrine. Mas o que a criança espera não é o brinquedo na loja é o brinquedo em casa, a posse do brinquedo, e isso não é, isso é irreal. Só esperamos o que não é; só gostamos do que é.
O que é o amor?

o amor é alegria. É uma definição que encontramos no livro III da Ética: O amor é uma alegria que a ideia da sua causa acompanha. É uma definição de filósofo, abstrata como convém, mas tentemos compreendê-la. O que isso quer dizer? O seguinte, que já encontrávamos em Aristóteles:"Amar é regozijar-se" ou, mais exatamente (já que é necessária a ideia de uma causa), regozijar-se com. Um exemplo? Imagine que alguém lhe diga esta noite, daqui a pouco: "Fico contente com a ideia de que você existe." Ou então: "Há uma grande alegria em mim; e a causa da minha alegria é a ideia de que você existe." Ou ainda, mais simplesmente: "Quando penso que você existe, fico contente..." Você vai considerar isso uma declaração de amor, e evidentemente com razão. Mas terá também muita sorte.
Primeiro porque é uma declaração spinozista de amor, o que não acontece todos os dias (muita gente morreu sem ter entendido isso; aproveite!). Depois, e principalmente, porque é uma declaração de amor que não lhe pede nada. E isso é simplesmente excepcional. Vocês irão objetar: "Mas, quando alguém diz 'Eu te amo', também não está pedindo nada..." Está sim. E não apenas que o outro responda "eu também". Ou antes, tudo depende de que tipo de amor se declara. Se o amor que você declara é falta (como em Platão, mas a questão não é ser platônico ou não em termos de doutrina, a questão é estar ou não em Platão; eu nunca fui platônico, mas vivo com frequência em Platão, como todo o mundo: toda vez que amamos o que falta, estamos em Platão), quando você diz "Eu te amo", isso significa "Você me falta" e portanto "Eu te quero". Então é, sim, pedir alguma coisa, é até mesmo pedir tudo já que é pedir alguém, já que é pedir a própria pessoa! "Eu te amo: quero que você seja minha." Ao passo que dizer "Estou contente com a ideia de que você existe" não é pedir absolutamente nada: é manifestar uma alegria, em outras palavras um amor, que, é claro, pode ser acompanhado de um desejo de união ou de posse, mas que não poderia ser reduzido a ele.Tudo depende do tipo de amor de que se dá prova, por que tipo de objeto. E aí que residem, explica Spinosa, "toda a nossa felicidade e toda a nossa miséria". Então saio do amor físico, dionísico, para o extra físico, espiritual, saio da razão para a fé, com essa psicografia de uma entidade que assinou: Um Espírito de amor.
Amor, guerra de todos nós.

Há o amor, fonte de intermináveis batalhas da alma humana e do coração. Paixão dos amantes, dos pais, dos filhos, do espírito e da humanidade. O amor é tudo e nos apaixonamos por ele constantemente, perdidamente. Amar sem medidas, amar estacando a paixão, pois essa é como brasa que fica coberta pela cinza, só queima quando tocada. Vamos combater pelo amor, soldados da humildade, do ideal espiritual que se encontra em nossa consciência. Vamos nos revestir com a cota de malha do amor e com a espada de luz, romper as trevas da insegurança, da piedade e do desamor que invadiram esse planeta, nossa casa, nosso lar amado, nossa esperança. Uma guerra sim, uma guerra de amor, todos pedindo ao pai, que hoje saibamos amar mais do que ontem e amanhã mais do que hoje. Que saibamos nos amar e a nosso próximo. Vamos cerrar fileiras com os estandartes do amor, da vida e da luta por um ideal de justiça e de misericórdia seguindo nos caminhos apontados pelo Mestre. Não espera ouvir o barulho dos canhões, nem o troado da metralha, apenas ouviras os hinos de louvor e as orações ao pai universal para que o nosso mundo vença e permaneça para sempre. Que assim seja irmãos, Paz e Luz. 
Um Espírito de Amor

segunda-feira, novembro 13, 2017

Desejo, Amor e Esperança ou a Felicidade Desesperada


Desejo, Amor e Esperança ou a Felicidade Desesperada
"Há duas catástrofes na existência", dizia George Bernard Shaw: "a primeira é quando nossos desejos não são satisfeitos; a segunda é quando são." Frustração ou decepção. Sofrimento ou tédio. Inanição ou inanidade. É o mundo do Eclesiastes tudo é vaidade e correr atrás do vento, Ilusão? talvez!
O Homo Sapiens durante a revolução cognitiva a 2,5 milhões de anos já buscava satisfazer seus desejos, mesmo que para isso tivesse em seu ideal, exterminar os Nendertais da Europa e do Oriente Médio. E conseguiu, Alias, O sapiens é cirúrgico quando se trata de extinção, seja lá do que for. Foi assim que aconteceu com a mega fauna Australiana e a Americana e então, por fim, restou como única espécie humana. Assim, ele tem inato em seu espirito, em sua natureza e DNA, o desejo, o amor e a esperança. Mas como se definem? De fato, quem não deseja ser feliz? A busca da felicidade é a coisa mais bem distribuída do mundo. Estou com alguns séculos de atraso nessa argumentação, mas vou seguir a onda, que onda? a da sabedoria, da filosofia antiga ou à antiga, da ética, da felicidade. O fato é que o ponto de partida, em filosofia, foi reatar com essa velha questão grega e filosófica, a questão da felicidade, da vida boa, da sabedoria. Não tenho escolha, não teria podido filosofar de outro modo a não ser seguindo Montaigne ou Descartes, Spinoza ou Alain, Mareei Conche e ainda Louis Althusser. O essencial é antes de mais nada não se mentir. Não se mentir sobre a vida, sobre nós mesmos, sobre a felicidade. Então se você é feliz, é evidente que não tenho nada a lhe dar. Se tua felicidade é verdadeira, então tu és mais sábio do que eu, logo, o que um sábio teria a fazer com um discípulo da filosofia? Esse é o ponto de partida não somos felizes, ou não o somos suficientemente, ou demasiado raramente. Mas por quê? filosofar serve para aprender a viver, se possível antes que seja tarde demais, antes que seja absolutamente tarde demais." nunca é "nem cedo demais nem tarde demais" para filosofar, já que nunca é nem cedo nem tarde demais para "assegurar a saúde da alma", em outras palavras para aprender a viver ou para ser feliz. Temos aqui uma ideia de felicidade, E a ideia de Pascal todo homem quer ser feliz, inclusive o que vai se suicidar. Se ele comete suicídio, é para escapar da infelicidade; e escapar da infelicidade ainda é se aproximar, pelo menos tanto quanto possível, de uma certa felicidade, nem que ela seja negativa ou o próprio nada. Não se escapa do princípio de prazer: querer escapar-lhe (pela morte, pelo ascetismo...) é ficar submetido a ele. Portanto temos um desejo de felicidade, e esse desejo é frustrado,decepcionado, ferido.
O que é o desejo? O que é o amor?
Sócrates dá a seguinte resposta: o amor é desejo, e o desejo é falta. E Platão reforça: "O que não temos, o que não somos, o que nos falta, eis os objetos do desejo e do amor." Essa ideia vai até os dias de hoje. Por exemplo, em Sartre: "O homem é fundamentalmente desejo de ser" e "o desejo é falta". É o que nos fada ao nada ou à "caverna", digamos ao idealismo: o ser está alhures, o ser é o que falta! Na medida em que Platão tem razão, ou na medida em que somos platônicos (mas no sentido de um platonismo espontâneo), na medida em que desejamos o que nos falta, é impossível sermos felizes. Por quê? Porque o desejo é falta, e porque a falta é um sofrimento. Como você pode querer ser feliz se lhe falta, precisamente, aquilo que você deseja? No fundo, o que é ser feliz? ser feliz é ter o que se deseja. Mas, se o desejo é falta, só desejamos, por definição, o que não temos. Ora, se só desejamos o que não temos, nunca temos o que desejamos, logo nunca somos felizes. Não que o desejo nunca seja satisfeito, a vida não é tão difícil assim. Mas é
que, assim que um desejo é satisfeito, já não há falta, logo já não há desejo. Assim que um desejo é satisfeito, ele se abole como desejo: "O prazer" escreverá Sartre, "é a morte e o fracasso do desejo." E, longe de ter o que desejamos, temos então o que desejávamos e já não desejamos. Como ser feliz não é ter o que desejávamos mas ter o que desejamos, isso nunca pode acontecer (já que, mais uma vez, só desejamos o que não temos). De modo que ora desejamos o que não temos, e sofremos com essa falta, ora temos o que, portanto, já não desejamos. Não há amor feliz na medida em que o desejo é falta, a felicidade é perdida.
Por fim, a Esperança 
Porque o desejo é falta e, na medida em que é falta, a felicidade necessariamente é perdida. É o que se chama de as armadilhas da esperança - sendo a esperança a própria falta no tempo e na ignorância. Só esperamos o que não temos. somos tanto menos felizes quando mais esperamos ser felizes. Estamos constantemente separados da felicidade pela própria esperança que a busca. A partir do momento em que esperamos a felicidade ("Como eu seria feliz se..."), não podemos escapar da decepção seja porque a esperança não é satisfeita (sofrimento, frustração), seja porque ela o é (tédio ou, mais uma vez, frustração: como só podemos desejar o que falta, desejamos imediatamente outra coisa e por isso não somos felizes...). É o que Woody Allen resume numa fórmula "Como eu seria feliz se fosse feliz". É impossível portanto que ele o seja algum dia, já que está constantemente esperando vir a sê-lo. o que é então a esperança? É um desejo não podemos esperar o que não desejamos. Toda esperança é um desejo; mas nem todo desejo é uma esperança. O desejo é o gênero próximo, como diria Aristóteles, do qual a esperança é uma espécie. Muitos responderão que é um desejo referente ao futuro. Mas não é o caso de toda esperança, uma esperança é um desejo referente ao que não temos, ou ao que não é, em outras palavras, um desejo a que falta seu objeto. É o desejo segundo Platão. E é de fato o motivo pelo qual, na maioria das vezes, a esperança se refere ao futuro porque o futuro nunca está aqui, porque do futuro, por definição, não temos o gozo efetivo. É por isso que esperamos, esperar então, é desejar sem gozar. É por isso que, a esperança se refere na maioria das vezes ao futuro porque o futuro, na maioria das vezes, é desconhecido. Se for conhecido, já não será objeto de uma esperança. Só se espera o que se ignora quando se sabe, já não há por que esperar. A esperança e o conhecimento nunca se encontram, em todo caso nunca têm o mesmo objeto nunca esperamos o que sabemos; nunca conhecemos o que esperamos. Se alguém lhe disser "Quero que faça um dia bonito amanhã", você poderá responder: "Você, pode dizer 'quero', mas a verdade é que você espera, porque não depende de você." Só esperamos o que somos incapazes de fazer, o que não depende de nós. Quando podemos fazer, não cabe mais esperar, trata-se de querer. a esperança é um desejo cuja satisfação não depende de nós. esperar é desejar sem gozar; esperar é desejar sem saber. Podemos acrescentar: esperar é desejar sem poder.
Se as premissas são verdadeiras, a conclusão é verdadeira, ou será que não? podemos supor uma encruzilhada aqui. O desejo é a própria essência do homem; mas há três maneiras principais de desejar, três ocorrências principais do desejo: o amor, a vontade, a esperança. Então toda essa argumentação pode ser reorganizada, por abstração, buscando uma felicidade real e uma esperança que realmente seja. Podemos falar de ato e potencia, podemos falar de fé. Mas isso fica para o próximo Jour de bonheur. Que sejamos menos felizes do que os outros imaginam ou que finjamos sê-lo, é evidente; mas, apesar de tudo, não tão infelizes quanto deveríamos ser.

A Natureza da Filosofia Vista de Fora, Ciência, Arte e Religião

  A Natureza da Filosofia Vista de Fora Entre Ciência, Arte e Religião A filosofia, desde seus primórdios, tem se colocado como uma discipli...